Conhecimento organizacional no Sistema de Gestão… Seria um bom momento para gerir o conhecimento?

O mundo mudou. A forma de buscar conhecimento também. O advento da internet e facilidade em relação a busca pelo saber chega a diferenciar uma geração de outra, como as características de pessoas da geração Y, com outras da geração Z, por exemplo. Nossas vidas mudaram e hoje não conseguimos mais lembrar de como era a vida sem youtube, aplicativos que utilizam GPS, Whatsapp e, muito em breve, o Chat GPT, isto é, se hoje o conhecimento está tão fácil que precisamos filtrar o que queremos aprender… Por que isso seria diferente no mundo corporativo?

Lembro-me de quando comecei a atua em implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em 2006. Na época, a ISO 9001 trazia a necessidade de seis procedimentos obrigatórios, dentre eles o procedimento de controle de documentos. Naquela época, parecia que a norma era mais burocrática, mas não tanto quanto suas antecessoras. Não digo que a versão mais atual, a de 2015, seja menos exigente, mas traz um requisito muito mais inteligente. Falo do requisito 7.1.6 – Conhecimento organizacional.

Por não estabelecer exatamente o escopo do que deve ser documento, a norma requisita que a empresa determine qual o conhecimento organizacional que deve ser mantido, desse modo, pode-se sentir a necessidade de gerenciar o conhecimento. O desafio é identificar os conhecimentos críticos e quais os melhores meios para documentá-los, sem que a organização fique engessada e impossibilite a realização de melhorias (outro requisito normativo). De qualquer maneira, a organização precisa proporcionar um ambiente adequado para que este conhecimento seja retido e disseminado de maneira adequada.

Diante do exposto, assim como as pessoas físicas precisam filtrar o que convêm conhecer e estudar, já que vivemos em um mundo repleto de possibilidades e fácil acesso a qualquer conhecimento, é notório que as organizações que queiram manter a continuidade dos negócios, necessitam da mesma forma conhecer qual o conhecimento é relevante para retenção e disseminação. Isto sem levar em consideração outro universo: a criação do conhecimento e inovação que, embora ainda não seja um requisito da norma supracitada, pode ser um diferencial competitivo para as organizações.
 

Engenheiro de Produção Mecânica pela Universidade Paulista (2012), com MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP (2019), com cerca de 17 anos de experiência nas áreas de Gestão e Garantia da Qualidade, cuja carreira iniciou-se após os cursos Técnico em Mecânica (2005) e Técnico em Qualidade e Produtividade (2006), ambos pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Engenheiro de Controle da Qualidade na empresa Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., está buscando a certificação em gestão do conhecimento e cursando a Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho.