Home > Práticas de GC > Bootcamp

Bootcamp

Não deixe nada para depois

O que é?

  • A origem desse termo é toda direcionada para a prática de exercícios físicos. Sua utilização era voltada as atividades militares Norte Americana, onde, antes de um conflito, era estratégico alocar os soldados todos juntos, em caráter de imersão, durante um período determinado. O objetivo desta imersão, era submeter os soldados a treinamentos intensos, com alta carga de prática, resultando no rápido aprendizado.
  • Observando esse exercício militar, as equipes do Vale do Silício tiveram a ideia de trazer a prática para o mundo das startups. Como é de conhecimento, a demanda por profissionais com conhecimento em TI é alta, então, as empresas do Vale do Silício utilizaram os Bootcamps direcionado a educação das novas tecnologias emergentes. A imersão e o rápido aprendizado, são fatores de alavancagem, em empresas que adotam práticas do manifesto ágil.
  • Então, um Bootcamp no universo empresarial, nada mais é do que uma imersão educacional em um conhecimento, metodologia, tecnologia ou ferramenta. Considerando o curto espaço de tempo, e a utilização do modelo de “hands-on”.

Quando utilizar?

  • Apoiando em Transformação Digital e utilizando todo esse e escola de conhecimento, é possível utilizar a visão de impacto na cultura organizacional baseando no pilar de inovação, como sugere David L Rodgers (pág. 15) “Clientes, competição, dados, inovação e valor”. Destrinchando inovação, encontramos pessoas. Esse de fato, é o fator impulsionador em transformação digital, então, a grande questão é: “como podemos fazer a mudança partir das pessoas?”. Ou seja, “como podemos dar um tratamento de shock em nossa cultura organizacional, colhendo resultados no curto prazo?”. 
  • Uma das soluções encontradas para essa problemática, apoia-se nos fundamentos da cultura “Maker” ou “Automate by design”, mais conhecido por “faça você mesmo”. Esses conceitos trabalham o protagonismo do indivíduo na construção de sua carreira. Dessa forma, a responsabilidade e direcionamento de carreira, é transferida toda a pessoa. E para isso acontecer, é de extrema importância a percepção do indivíduo.
  • A percepção do protagonismo é um dos entregáveis em um Bootcamp. Fomentar o mantra “eu posso fazer diferente do que estamos fazendo hoje”, “agora eu vejo onde posso impactar dentro de minha atuação”, “eu posso implementar meu conhecimento nas atividades” é o sentimento criado após vivenciar uma experiência nova, em um ambiente diferente e com várias etapas de desafios em grupo, alinhado com a atuação dentro da empresa.

Recursos necessários:

Um Bootcamp precisa ser tratado como um projeto. É possível desenvolver em qualquer estilo de gerenciamento, seja ágil ou cascata. Para sua execução, são necessários conhecimentos técnicos e alguns recursos físicos:

  • Escopo e Objetivo do Bootcamp;
  • Ferramenta/metodologia/conhecimento que será a base do treinamento;
  • Responsável com conhecimento técnico, que possa conduzir o treinamento;
  • Equipe de suporte e apoio técnico aos participantes. A quantidade pode variar de acordo com o tamanho da turma;
  • Espaço físico, e de preferência, fora do espaço de trabalho;
  • Material de apoio ao Bootcamp: projetor, mesas, cadeiras, material de escritório, notebook entre outros;
  • Staff que faça todo o controle e Gestão de Pessoas;
  • Suporte alimentício, pensando sempre na jornada;

Como aplicar?

Utilizar o treinamento massivo em ferramentas ou metodologias, com o modelo de “hands-on” em exemplo prático e aplicável, é a chave para impulsionar a vontade do aprendizado. É importante ter uma estrutura de pós-projeto, não apenas para mensurar resultados, mas também, de dar insumos para que os alunos avancem nos estudos. Então, para sua execução e aplicação, são indicados alguns pontos:

Modelagem Bootcamp

  • Como falado anteriormente, para iniciar o Bootcamp, precisa estabelecer escopo, estratégia e premissas. Então, antes de dar início no planejamento, é necessário a definição de alguns itens:

Objetivo do Bootcamp

  • O início do projeto marca com a determinação do objetivo. Então, podemos exemplificar o objetivo como uma forma de impactar a cultura da companhia, treinamento massivo em uma determinada ferramenta diminuindo as filas de TI, Treinamento prático na metodologia ágil, capacitação em uma aplicação com retorno a curto prazo entre outros.

Orçamento

  • Existem Bootcamps de diversos estilos e tamanhos, o fator limitador é o custo. Um dos pilares do Bootcamp, é a mudança de ambiente na realização do evento. Mas não deixe um baixo orçamento inviabilizar o treinamento. Explore estrutura interna ou até mesmo parceiros externos, como forma de auxílio. Uma vez que o Sponsor compre a ideia do evento, a frequência pode ser incluída inclusive no planejamento financeiro da empresa.

Público alvo

  • A quem o Bootcamp se destina. Normalmente, o Bootcamp é uma imersão em um tema específico dentro da área de atuação. Ou seja, algo específico. Mas é possível abrir para qualquer pessoa da empresa participe da iniciativa. Basta apenas limitar o escopo para a imersão do tipo de nível básico.

Ferramenta ou metodologia

  • Apesar do Bootcamp ser muito utilizado no campo de TI, é possível sua utilização para aprimoramento metodológico, ou de ferramentas de negócio. Então, a ferramenta precisa estar adequada com o objetivo do evento. Um fator de atenção, é a precaução com o custo da ferramenta ou metodologia envolvida, pois ele pode inviabilizar negativamente o projeto, de acordo com o budget.

Cronograma

  • Como todo o projeto, é importante desenhar um cronograma de “trás para frente”, evidenciando e pontuando todos acontecimentos de grande importância: divulgação, inscrição, desenho do material, convite ao facilitador, resposta dos parceiros, validação das ferramentas base, espaço a ser utilizado, material de suporte, entre outros.

Boas práticas, dicas e possíveis adaptações:

Como boas práticas, é possível compartilhar:

  • Trabalhe o Bootcamp no mesmo formato de um projeto;
  • Não esqueça do público alvo delimitado junto ao objetivo e escopo do projeto, no momento de selecionar os participantes;
  • Use a criatividade caso os recursos financeiros sejam escassos. Utilize de parcerias ou trocas de serviço se necessário for;
  • Fique atento a futuros multiplicadores internos. Esse mapeamento é importante para continuar executando Bootcamps com eficiência financeira, e toda a construção “in house”;
  • Pensando em expansão de conhecimento, e continuidade no aprendizado, é interessante utilizar futuramente, a prática de um Hackathon para firmar esse conhecimento disseminado;
  • Criar métricas e KPIs para monitorar o Bootcamp e pós-Bootcamp;

Exemplos de aplicação:

Como citado no início do artigo, a ideologia do Bootcamp pode ser adaptada para qualquer realidade ou necessidade existente. Então, utilizando temas que estão em evidência hoje, podemos usar alguns exemplos de aplicação:

  • Bootcamp para metodologia ágil: em um curto espaço de tempo, é possível contextualizar a metodologia ágil, abordar suas vertentes e benefícios. Deixar claro os pré-requisitos reais de sua utilização, citar casos de usos reais e ao fim, organizar todos os participantes em grupos para que eles realizem um projeto fictício baseado no Scrum. Dessa forma, os alunos podem vivenciar os passos do ágil, perceber as diferenças e melhorias, entender como aplicar dentro do seu universo e conhecer os papéis e responsabilidades de cada personagem dentro do Scrum.
  • Bootcamp para repassar novo formato de trabalho: vamos colocar um exemplo de uma área específica dentro de uma empresa, que passa por uma transformação total do seu modelo de trabalho. Considerando que apenas uma equipe desenvolveu esse projeto, e assim, retém o conhecimento, é necessário o repasse para os demais. Dessa forma, visando eficiência no treinamento, é possível fazer um Bootcamp com o objetivo treinar todos os colaboradores dessa área, aproveitando a equipe de projetos como os facilitadores, pois possuem o conhecimento.
  • Bootcamp Low Code: pensando em alavancar a Transformação Digital na companhia, é possível fomentar a cultura “maker” ou o “faça você mesmo”, para os usuários sem conhecimento técnico na área de TI. Apresentar um conhecimento novo, e desmistificar a dificuldade aos alunos é de extrema importância nesse caso. Passar a confiança de que qualquer pessoa é capaz de aprender, desde que se esforce, é o foco deste tipo de Bootcamp. Neste contexto, é de extrema importância aqui é apresentar a ferramenta, mostrar os ganhos, ensinar o básico e usar o “hands on” com todos os alunos. Pensando em próximos passos, é interessante enriquecer os participantes com fontes para dar continuidade no aprendizado, apostilas de conteúdo intermediário e avançado e até sugestões de cursos. 

Aprenda mais:

  • ROGER, David L. Transformação Digital: repensando o seu negócio para a era digital / David L. Rogers; tradução Afonso Celso da Cunha Serra. 1.ed.; 3 reimp. – São Paulo: Autêntica Business, 2019. 

Processos de Conhecimento

(   ) Identificação (    ) Criação  (   ) Retenção ( X  ) Transferência (   ) Aplicação

Contato

Seja membro da comunidade

Av. Paulista, 302 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01310-000

©2024 – SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. Todos os direitos reservados. 
Desenvolvido por: Sheila Carneiro.