por Mariana Lima
Perdi a conta de quantas vezes já me perguntaram com o que eu trabalho e quando respondo me olham com cara de interrogação. Muitas vezes ficam com vergonha de perguntar o que é ou então, já emendam a pergunta: O que é isso?
E aí, tento eu responder de forma simples e direta… sim, eu já deveria ter treinado meu pitch!
Pensando em como responder sem complicar, cheguei à conclusão de que todo mundo já fez ou faz gestão do conhecimento, mas ainda não sabe que faz. Quer ver só:
- Você já criou uma receita? Experimentou combinações de ingredientes, quantidades? Tentou replicar uma?
- Você já leu um livro com atenção? Fez anotações sobre o que leu, ou tentou aplicar seus conceitos?
- Você já ensinou para alguém como andar de bicicleta?
Se respondeu sim para pelo menos uma das perguntas acima, então você já praticou GC. Simples assim!
Na primeira pergunta existem os dados (ingredientes da receita), informação (a combinação dos dados, que virou a receita em si) e conhecimento (quando você coloca em prática a receita e ela dá certo). Você está transformando dados em informação, e informação em conhecimento, como faz a gestão do conhecimento.
Na segunda, você parte do conhecimento explícito, aquilo que o autor do livro consegue documentar e registrar de seu conhecimento. Ao estudar e procurar assimilar seus conceitos, ou tentar aplicá-los na prática, transforma esse conhecimento explícito em tácito, aquele que surge da reflexão e da experiência, e que muitas vezes a gente tem dificuldade de registrar.
Já na terceira, e, em minha opinião, a mais difícil de explicar, você faz o caminho inverso: parte do conhecimento tácito, que adquiriu com a prática, e transforma em explícito, orientando e dando instruções. Não dá para aprender a andar de bicicleta lendo um manual, dá? Mas com um manual, um vídeo explicando como faz e alguém orientando, é possível! A gestão do conhecimento é isso, uma combinação de práticas para movimentar, transformar o conhecimento.
É claro que praticar gestão do conhecimento conscientemente em sua vida (ver Post PKM) ou em seu negócio (ver Post GC como fazer?) é muito mais complexo que isso, mas espero tê-lo ajudado a entender que a gente está sempre, de alguma forma, fazendo girar a espiral do conhecimento (MODELO SECI DE NONAKA E TAKEUCHI: socialização (S), externalização (E), combinação (C) e internalização (I) – SECI ). Por exemplo, quando fazemos um processo de mentoria, um plano de sucessão, momentos de brainstorming, programa de ideias, registro de melhores práticas, aquela reunião de lições aprendidas do último projeto, quando tem insights durante uma conversa no café, faz o one page de um projeto, etc..
Convido você a conhecer mais sobre o mundo de gestão do conhecimento que existe ao seu redor.
Descompliquei? Conte-me nos comentários.
Sobre a autora:
Mariana Lima é assessora da diretoria executiva da SBGC e mercadóloga com experiência em Gestão do Conhecimento, Marketing de Conteúdo e Gestão de Projetos.