Ágata Cristina estava na empresa há mais de quinze anos. Já tinha exercido funções que lhe permitiram entender bem o funcionamento da empresa, participar de diversos projetos e conhecia quase todos por lá. As funções costumavam vir acompanhadas de desafios, mas conseguir melhorar o dia-a-dia da empresa, de forma que todos ficassem mais felizes e motivados, significava sua realização profissional. Ciente disso, sua chefia lhe designou para uma importante missão: participar do resgate da implantação da Gestão do Conhecimento na empresa. Resgate? Ela estava presa? Perdida? Bem… de certa forma.
Ágata já havia tomado ciência da implantação da GC na empresa há muito tempo atrás. Inclusive, tinha acompanhado de perto algumas ações. Mas, ao pensar sobre esse projeto, se deu conta que a sua realização ficava “em silêncio” de tempos em tempos. Realmente, ainda não fazia parte do dia-a-dia da empresa.
Qual seria o motivo disso? Se a diretoria da empresa sempre aprovava cada nova submissão do projeto, por que a GC não progredia? Ah! Talvez fosse culpa dos profissionais envolvidos… Mas, se fosse isso, tantas ações não teriam sido realizadas, mesmo de forma concorrente com as demais atividades derivadas das funções desses profissionais nas áreas nas quais estavam lotados. E consultores externos também já haviam sido contratados para apoiar o projeto. Seria alguma maldição, então??? Era um mistério que Ágata precisava desvendar.
Ágata iniciou sua investigação. Conversou com quem estava há mais tempo envolvido no projeto, levantou informações sobre o seu desenvolvimento na empresa e fez até uma colagem com um esquema sobre tudo o que conseguiu identificar na parede de sua sala. Várias práticas foram mapeadas. Ainda assim, não conseguia descobrir por que a GC não estava incorporada.
Resolveu expandir a busca fora dos portões da empresa. Ouviu sobre a experiência de outras empresas e buscou referências na literatura, até que descobriu algo importante que estava faltando e que haviam modelos de referência e uma série de ações que poderiam ser feitas para que a GC não precisasse ser resgatada novamente. Descobriu que a GC não sobreviveria com iniciativas isoladas. Era necessário definir um sistema, desenvolvido a partir de um diagnóstico sobre o contexto e necessidade da empresa e com uma estratégia bem definida, dinâmica e integradora.
Ágata pressentia que não havia desvendado todo o mistério, mas essas descobertas foram suficientes para deixá-la confiante de que estava no caminho certo para isso e que participar do resgate da GC seria uma nova aventura.
Por Vivianne Mehlan.
Sobre a autora:
Vivianne Mehlan é bibliotecária, especialista em Gestão de Bibliotecas e possui capacitação em Gestão por Processos. Atua como analista de Organização e Métodos, com ênfase em Normatização, Melhoria Contínua/LEAN e Gestão da Informação Empresarial. Apaixonada por Tecnologias e por Gestão do Conhecimento, é associada à SBGC.