Uma pessoa com dor no joelho esquerdo foi ao médico e após atendimento, saiu com um encaminhamento para operação do pé direito… Qualquer semelhança entre essa “micro história” e a realidade é mera coincidência. Em uma organização, se o diagnóstico da Gestão do Conhecimento estiver desalinhado com os objetivos estratégicos do negócio e não atender às necessidades da empresa, possivelmente, os esforços e recursos empenhados não trarão os resultados esperados.
No campo da Gestão do Conhecimento – GC, o diagnóstico é a fase em que serão levantadas informações básicas para se compreender o estado atual da organização, bem como será determinado o escopo em que será aplicada a GC e quais conhecimentos são relevantes gerenciar. Algumas perguntas que podem ser feitas nessa etapa são: Quais são os desafios e desejos voltados para gestão do conhecimento? Quais são as ferramentas e práticas existentes? Como é a cadeia de valor da empresa e como apoiá-la?
No livro “Gestão do Conhecimento” (um dos principais livros da área), Takeuchi e Nonaka, escolhem o tema “Criação e Dialética do Conhecimento” como capítulo de abertura para conscientizar o leitor sobre a existência de um paradoxo no conhecimento (de forma simplificada, contradições lógicas de pensamentos ou características) e que ao invés de lutar contra essa característica para tentar eliminá-la, cabe às pessoas validá-la e lidar com essa complexidade (Takeuchi, Nonaka, 2008).
Dessa forma, pode-se perceber a existência de dois desafios na etapa diagnóstica: 1 – Escapar da armadilha de considerar a inexistência de características aparentemente opostas nos conhecimentos evitando a exclusão de conhecimentos essenciais; 2 – Realizar tantas perguntas quantas forem necessárias para estabelecer o diagnóstico mais assertivo possível.
Enfrentar esses desafios exige, muitas vezes, contestar paradigmas e diálogo permanente. Estratégias de comunicação, com articulações que observem a cultura organizacional e as características das pessoas envolvidas são fundamentais para que as pessoas possam compreender e revisar o diagnóstico, contribuindo com ideias e ações que gerem benefícios para a organização. Dentre os resultados que podem surgir nesse processo estão: aumento de produtividade; maior retorno sobre os investimentos; retenção de conhecimentos estratégicos que agreguem valor ao negócio; inovação e outros. Assim, a organização pode ter vantagens para competir, crescer sustentavelmente, e assim, prosperar.
Referência:
TAKEUCHI, H. NONAKA, I. Gestão do conhecimento [recurso eletrônico] / Hirotaka Takeuchi, Ikujiro Nonaka; tradução Ana Thorell. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Bookman, 2008.
Formado em Pedagogia e especialista em Neurociência aplicada à educação pela Universidade Anhembi Morumbi.
Atualmente é Supervisor Metroviário na Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô SP – onde atua como instrutor, colabora no treinamento e desenvolvimento técnico operacional