Nos meses de abril e maio, a Comunidade de Prática em Maturidade em Gestão do Conhecimento e Inovação (CoP MGCi), promovida pela SBGC, seguiu fortalecendo o diálogo entre profissionais que estão colocando a Gestão do Conhecimento (GC) em prática nas organizações. Dois temas centrais guiaram as conversas: mapeamento de conhecimentos críticos e a construção de políticas e estruturas de governança que sustentem a GC no longo prazo.
No encontro do dia 16 de abril, o foco foi o mapeamento de conhecimentos essenciais e críticos, uma das práticas mais estratégicas e, ao mesmo tempo, desafiadoras da GC. O grupo compartilhou diferentes caminhos para identificar o que realmente precisa ser mapeado, com base nos objetivos da organização: reter conhecimentos antes da aposentadoria de especialistas, estruturar planos de sucessão, orientar programas de mentoria ou acelerar o aprendizado de novos colaboradores. Ficou claro que o nível de detalhamento do mapeamento depende do contexto e da finalidade, algumas organizações optam por uma abordagem mais ampla, enquanto outras mergulham no conhecimento técnico mais profundo.
Um ponto unânime foi a importância de envolver diretamente quem detém o conhecimento. Modelos prontos podem servir como inspiração, mas é o conhecimento prático, vindo de quem executa, que traz profundidade e relevância aos mapas construídos. A autoavaliação de proficiência, prática comum nesse processo, também foi debatida com sensibilidade, já que pode provocar inseguranças. Por isso, é essencial que seja conduzida com empatia e, quando necessário, com apoio da liderança.
Ferramentas como Excel, Power BI e até inteligência artificial foram mencionadas como apoio à organização e análise dos dados gerados. Mas o grande aprendizado é que o mapeamento não deve ser uma atividade burocrática: ele precisa estar conectado aos desafios reais e gerar valor no dia a dia da organização.
Já no encontro do dia 21 de maio, a conversa se voltou à Política e à Governança da GC. Muitos participantes relataram que suas organizações já realizam iniciativas importantes nessa área, mas ainda sem diretrizes formais que garantam perenidade, alinhamento estratégico e engajamento das lideranças. A política de GC foi apresentada como um marco institucional: um documento simples, acessível e conectado ao cotidiano, que define princípios, diretrizes e compromissos com a gestão estratégica do conhecimento. Ela serve como norte para decisões, legitima práticas e ajuda a conectar a GC às demais políticas da organização, como inovação, gestão de pessoas e estratégia.
A governança, por sua vez, garante que essa política ganhe vida. Estruturas como comitês, redes locais, núcleos especializados ou pontos focais foram compartilhadas como formas de distribuir a responsabilidade pela GC, gerar articulação entre áreas e manter o tema ativo na agenda institucional. A principal mensagem foi que a política e a governança não são instrumentos engessados, mas sim vivos, adaptáveis à medida que a maturidade da GC avança.
Esses dois encontros reforçaram que a consolidação da GC nas organizações não acontece da noite para o dia. É um processo construído com escuta, alinhamento, aprendizado com os erros e muito compartilhamento entre quem está na mesma jornada. E é justamente esse o papel da CoP MGCi: criar um espaço seguro, prático e inspirador para acelerar esse amadurecimento de forma coletiva.
O próximo encontro da comunidade acontecerá em junho e abordará o tema Processos de Conhecimento. Ainda não faz parte da CoP MGCi? Associe-se à SBGC agora e envie um e-mail para cop-mgci@sbgc.org.br solicitando sua entrada.
Respostas de 2
Excelente artigo! Claro e bem articulado. Parabéns pelo texto, Mari.
Obrigada, Camila!! 🙂