por Carlos Alberto de Oliveira e Marcia Aires
A OMS recomenda que os municípios sigam oito dimensões da vida que podem influenciar a saúde e a qualidade de vida das pessoas idosas.
Para auxiliar municípios sobre como dar suporte à população com 60+, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou, em 2007, o Guia Global “Cidade Amiga do Idoso”. A publicação sugere adaptações urbanas que podem ser colocadas em prática por cidades do mundo inteiro para promover a qualidade de vida dos que estão na melhor idade.
A OMS recomenda que os municípios sigam as 8 dimensões da vida que podem influenciar a saúde e a qualidade de vida dessa população: espaços ao ar livre e edifícios; transportes; habitação; participação social; respeito e integração social; participação cívica e emprego; comunicação e informação; e apoio da comunidade e serviços de saúde. Desde 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem certificado municípios que adaptam estruturas e serviços e promovem a inclusão dessa faixa da população.
“A definição de envelhecimento ativo que a OMS trabalha inclui esses pilares – saúde, participação e segurança, porque reconhece que um envelhecimento ativo requer que o idoso tenha a oportunidade de participar da vida da cidade, das atividades do bairro, da vida política, seja ouvido por sua família e tenha seus direitos respeitados”, destaca a OMS no Guia.
No Brasil, seis cidades já receberam da Organização Mundial da Saúde (OMS) a certificação internacional de Cidade e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa. São elas: Porto Alegre, Esteio e Veranópolis, no Rio Grande do Sul; Pato Branco, no Paraná; Balneário Camboriú, Santa Catarina; Jaguariúna, São Paulo.
Nesses municípios, os gestores públicos firmaram compromisso para desenvolver um plano de ação voltado à adequação das necessidades das pessoas idosas, tendo como ponto de referência o Guia Global: Cidade Amiga do Idoso, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Gestão do Conhecimento e Urbanismo
Para entender as características de uma cidade amiga do idoso é fundamental que os próprios interessados – os habitantes idosos da cidade – sejam ouvidos. Foi o que a OMS fez ao criar grupos focais de idosos em 33 cidades de todas as regiões do mundo. A tarefa desses grupos foi apontar vantagens e barreiras relacionadas a oito aspectos da vida urbana. Na maioria das cidades, os relatos dos idosos foram complementados por informações colhidas em grupos focais de cuidadores e prestadores de serviços dos setores público, privado e voluntariado. A partir das informações colhidas, foi desenvolvido um conjunto de itens amigáveis aos idosos a serem avaliados por meio de um checklist.
Outra etapa importante neste processo refere-se aos gestores públicos. É deles a responsabilidade de transformar as informações coletadas em conhecimento, gerenciar adequadamente esse ativo, utilizá-lo na estruturação e implementação das melhorias e adequações apontadas. Afinal, conhecimento é uma das competências do nosso século. Sem conhecimento será difícil lidar com a complexidade das cidades, principalmente as maiores, integrar os subsistemas, planejar e compreender, adequadamente, as necessidades das populações das mais diversas faixas etárias. Se você quiser saber mais sobre Cidades Inteligentes e Gestão do Conhecimento, clique aqui.
Para discutir temas relacionados à população mais experiente, foi criada a comunidade de aprendizagem SBGC Master. Ela surgiu em função do interesse comum no aprendizado e na aplicação desse saber durante o KM Brasil 2021, na atividade “World Café”, realizada no pré-congresso, e também durante o painel sobre Etarismo. O SBGC Master é um centro de encontro de pessoas, associadas à SBGC ou não, para se inteirar e discutir assuntos relacionados à longevidade, tais como: Economia prateada, Etarismo, Pós-aposentadoria, Lifelong learning, Iniciativas favoráveis para este público, Importância dos +40 para GC, Continuidade profissional, etc. Se você deseja participar da comunidade ou saber mais sobre ela, clique aqui.
Sobre os autores:
Carlos Alberto de Oliveira é bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie (SP) e em Ciências Navais, pela Escola Naval (RJ). Participou das diversas equipes que implementam o atual Programa Nuclear da Marinha (MB), especificamente, no apoio logístico e no preparo de recursos humanos para o desenvolvimento de projetos em CT&I. Atualmente, é consultor de mercado para empresas que atuam em geração de energia.
Marcia Aires é pedagoga, psicodramatista, pós-graduada em Gestão de Pessoas e tem mais de 45 anos de experiência em grande empresa do setor do Saneamento, na área de Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento. Márcia também é Diretora de Relações com o Setor de Saneamento da SBGC, especialista em áreas como Gestão de pessoas e Gestão do Conhecimento e consultora.