Análise de Redes Sociais

Leitura da dinâmica que envolve relacionamentos de grupos, pessoas e interações sociais

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O que é?

  • Segundo Guimarães e Melo (2005), a ARS é uma técnica interdisciplinar que permite a leitura da dinâmica que envolve relacionamentos de grupos, pessoas, interações sociais, favorecendo a interpretação estatística do papel do sujeito ou grupo dentro de um contexto, oferecendo uma perspectiva deste.
  • Os mapas de conhecimento são ferramentas de GC indicados para mapear a estrutura do conhecimento existente, embora sua função não seja a de contê-lo, mas a de apontar para as pessoas que o possuem. Com isso, ele se torna ferramenta valiosa para muitas ações nas organizações. Seguem alguns exemplos.
  • Estruturação de políticas de RH: os mapas de conhecimento podem servir como instrumento para definir e identificar conhecimentos necessários em perfis de candidatos no processo de contratação (recrutamento), para estabelecer as diretrizes de educação no processo de aprendizagem dos funcionários (desenvolvimento humano), e para identificar conhecimentos críticos relacionados ao negócio (retenção de talentos).
  • Identificação de colaboradores-chave: determinadas pessoas na organização possuem conhecimentos que são imprescindíveis ao andamento de atividades consideradas críticas. Identificá-las com antecedência, permite a criação de ações que garantam a sua perpetuidade.
  • Estruturação de projetos de Educação Corporativa: ao optar pela implantação de um programa de educação, a empresa precisa identificar quais serão os conhecimentos a serem desenvolvidos em seus funcionários, tendo como objetivo alavancar as competências necessárias ao negócio.
  • Estruturação de projetos de Educação Corporativa: ao optar pela implantação de um programa de educação, a empresa precisa identificar quais serão os conhecimentos a serem desenvolvidos em seus funcionários, tendo como objetivo alavancar as competências necessárias ao negócio.

Quando utilizar?

  • A aplicação da técnica de Análise de Redes Sociais, pode-se ter um instrumento crucial para a construção de mapas de conhecimento, os quais apontarão em quais pontos (nós) há necessidade de investimento em conhecimento (ver figura 2).
  • Por meio do mapeamento de redes do conhecimento baseado em análise de redes sociais, é possível diagnosticar e verificar como se dá a transferência de conhecimento dentro das organizações, processo vital, para o acúmulo do capital intelectual e valorização dos ativos intangíveis.

Recursos necessários:

  • Criação de banco de dados para armazenamento de informações colhidas dos participantes; Software para análise das informações;

Como aplicar?

  • Para o efetivo mapeamento do conhecimento é necessária a realização dos seguintes procedimentos:
    • Entrevistas: entrevistar os principais players identificados na Análise de Redes Sociais por meio de um questionário estruturado de forma a identificar quais conhecimentos estão sendo transmitidos;
    • Análise: listar os conhecimentos identificados e explicitar as relações existentes (hierárquicas e associativas);
    • Fechamento de escopo: as relações desses conhecimentos podem ser infindáveis. Por conta disto, para tornar o projeto viável é interessante que seja definido um escopo, no qual fique claro o nível de profundidade que se deseja do mapa do conhecimento, que vai estar diretamente relacionado ao uso que se fará dele a posteriori;
    • Validação: é necessária a realização de testes para a validação do mapa construído, pois, ele deve representar de forma fiel a estrutura de conhecimento existente. Para isto, são utilizadas diversas técnicas, sendo a mais conhecida e aplicada o cardsorting, técnica utilizada para classificar e organizar conteúdos com foco nas necessidades do usuário.

Boas práticas, dicas e possíveis adaptações:

Exemplos de aplicação:

Industria da Confecção/SEBRAE-SP

  • Mapeamento de redes do conhecimento, através de análise de redes sociais.
  • Em 2009 o SEBRAE-SP iniciou o processo de mapeamento de redes de conhecimento para avaliar a interconectividade entre os colaboradores e a identificação de hubs, ou seja, que possui conhecimento de alguns temas estratégicos para a organização, seja como integrador entre áreas, difusor de informações chaves ou gerador de sinergia entre equipes e projetos, foi o primeiro passo para sua retenção, possibilitando posteriores ações de reforço e desenvolvimento das redes.
  • Foram levantados em princípio três temas que estavam alinhados com o planejamento plurianual para o período 2010 -2012:
    • Gestão de Projetos;
    • Micro Empreendedor Individual – MEI; 
    • Indústria de Confecção.
  • Para a coleta dos dados, foi utilizada uma ferramenta WEB composta por três formulários, um para cada tema contendo duas perguntas. Universo pesquisado 713.
  • Nesta experiência percebemos que no tema Gestão de Projetos houve a participação de 335 colaboradores, no tema MEI 319 e no tema Indústria de Confecção, participaram 310 colaboradores.
  • O formulário utilizado tem dois objetivos: identificar o nível pessoal de conhecimento sobre o assunto, e conhecer na opinião dos colaboradores, de quem são as referências neste assunto.

Indústria da Confecção

  • Do ponto de vista de conhecimento individual sobre indústria de confecção, 22% dos respondentes declararam familiaridade com o tema, obtendo-se uma nota média de 1, 92 e mediana de 2.
  • No tocante à identificação de referencias, 128 colaboradores realizaram 235 indicações que resultaram em 68 pessoas indicadas, o que dá uma media de 0,76 indicados por respondente e 1,83 indicações para cada indicador.
  • O conjunto dos dados obtidos permitiu a formatação da seguinte rede:
    • Além das notas indicadas pelas cores, esse mapa nos permite a classificação dos colaboradores pelo número de indicações recebidas, sendo que quanto maior o número de indicações maior o tamanho da representação do colaborador no mapa.
    • Fica evidente a concentração de indicações recebidas por dois dos colaboradores, indicando uma possível fragilidade, visto que a ausência destas pessoas aumenta o número de pessoas desconectadas.
    • Percebeu-se também que um número significativo de indicados não participaram da pesquisa e por esse motivo não possuem auto-avaliação declarada.
  • Neste contexto, para a seleção de um grupo semente, com o qual se pretende começar o trabalho de adensamento desta rede de conhecimento fez-se necessário estabelecer critérios adequados para a seleção de membros do grupo. São eles:
    • Os colaboradores que tiveram pelo menos duas indicações e nota 3;
    • Os colaboradores que tiveram pelo menos cinco indicações e não participaram da avaliação e por isso ficaram com nota zero;
    • Os colaboradores com nota 4; e
    • Os colaboradores melhores colocados dos ERs que possuem projetos de confecção.
  • Essa seleção nos permitiu a construção da seguinte rede, composta por 23 colaboradores:
    • Esse grupo representa apenas 3,22% dos colaboradores do SEBRAE-SP, mas a rede destes colaboradores incorpora outras 91 pessoas, representando no total 16% dos colaboradores da entidade.
  • Para um alinhamento foram realizadas reuniões presenciais para:
    • Fortalecer os laços de confiança existentes e criar outros;
    • Desenvolver plano de trabalho para adensamento da rede.
  • Para estabelecer os laços de confiança foi realizado um trabalho com o Museu da Pessoa onde os envolvidos construíram e o compartilharam suas histórias de vida.
  • Começaram a usar ferramenta colaborativa em sharepointI como instrumento de apoio aos colaboradores. A troca de experiências foi importante, e projetos em algumas regiões iniciaram.
  • Os três temas foram trabalhados da mesma forma, sendo que os caminhos e continuidade, como eram os próprios integrantes da rede que propunham, foram realizadas de formas diferentes.

Rede de Projetos

  • A Rede de Projetos definiu os mecanismos de atuação criou um instrumentos de apoio aos demais colaboradores, usando ferramentas colaborativas e definiu um conceito unificado de projeto, que deverá ser validado pela diretoria, assim como propôs uma solução específica para o equacionamento do controle orçamentário no SEBRAE-SP.
  • A Rede de Projetos definiu os mecanismos de atuação criou um instrumentos de apoio aos demais colaboradores, usando ferramentas colaborativas e definiu um conceito unificado de projeto, que deverá ser validado pela diretoria, assim como propôs uma solução específica para o equacionamento do controle orçamentário no SEBRAE-SP.
  • A Rede de Projetos definiu os mecanismos de atuação criou um instrumentos de apoio aos demais colaboradores, usando ferramentas colaborativas e definiu um conceito unificado de projeto, que deverá ser validado pela diretoria, assim como propôs uma solução específica para o equacionamento do controle orçamentário no SEBRAE-SP.

Rede MEI

  • A Rede MEI definiu os mecanismos de atuação criou um instrumentos de apoio aos demais colaboradores, usando ferramentas colaborativas onde foram disponibilizadas perguntas e resposta. A rede também demonstrou a necessidade de um treinamento para atualização.

Aplicações Estratégicas

  • O que aprendemos com isso:
    • Quem conhece quem
    • Quem se conecta com quem
    • Eu não conheço esta pessoa;
    • Eu conheço esta pessoa e suas habilidades e competências, porém eu não as procuro;
    • Eu conheço esta pessoa e suas habilidades e competências e eu as procuro;
  • O que podemos obter destas ligações:
    • Informações do dia-a-dia sobre algum projeto;
    • Insights e Conhecimento;
    • Motivação e Inspiração;
    • Fortalecimento das redes informais pessoais;

Benefícios

  • SEBRAE-SP
    • A identificação de talentos;
    • Geração de novos conhecimentos.
  • Colaboradores
    • Maior visibilidade profissional;
    • Networking;
    • Ambiente de aprendizado;
    • Atualização na área de atuação profissional;
    • Socialização;
    •  Reconhecimento das suas competências individuais.

Considerações finais

  • Essa primeira experiência nos levou a refletir a importância deste modelo de análise de rede do conhecimento organizacional e, quanto ela pôde contribuir para a construção de uma cultura de aprendizado coletivo e difusão de conhecimento.
  • Tornando a organização mais cooperativa e integrada tanto no meio interno, como mais flexível e adaptável ao meio externo, desenvolvendo assim seu Capital Social Corporativo e fortalecendo sua marca.
  • Mas o que era para ser uma experiência passou a ser efetivo, visto que, no final de 2009 o SEBRAE-SP sofreu uma ação civil pública, que dizia que ele não poderia mais terceirizar suas atividades fins. Então o mapeamento foi realizado para nove temas estratégicos, onde as redes mapeadas em quarenta dias criou e aplicou um produto chamado Circuito Sebrae, que consistia em palestras de temas relevantes para os empresários das MPEs, com debates mediados e registrados. Produto este realizados 100% com funcionários do SEBRAE-SP.

Aprenda mais:

Processos de Conhecimento

(X) Identificação ( ) Criação (  ) Retenção (  ) Transferência (X) Aplicação

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