A inveja na Gestão do Conhecimento: Parte I – A Origem da Inveja na Humanidade

“A inveja é o sentimento de cólera que o sujeito experimenta
quando percebe que o outro possui um objeto desejável,
sendo sua reação apropriar-se dele ou destruí-lo.”
Melaine Klein

por Elisabeth Vargas
Psicóloga/Especialista em Gestão do Conhecimento

“A inveja é o sentimento de cólera que o sujeito experimenta
quando percebe que o outro possui um objeto desejável,
sendo sua reação apropriar-se dele ou destruí-lo.”
Melaine Klein

A inveja é um tema incomum de ser discutido, e, em várias ocasiões, não se admite a sua existência, pelo fato de causar muitas dores emocionais que, para curá-las, precisam emergir, vir até a superfície da consciência para serem trabalhadas no nível psicológico. Socialmente falando, é comum considerar vergonhoso sentir inveja; confessar que é invejoso demonstra fraqueza, pois trata-se de um sentimento sobretudo inconfessável. Contudo, a literatura que trata desse tema, em especial os conteúdos com base na psicanálise, afirma que a inveja é um sentimento inerente ao ser humano desde a sua primeira infância. No processo de desenvolvimento do indivíduo, e por meio das diversas influências parentais e sociais, seu aparelho psíquico se desenvolve sublimando este sentimento de inveja, e, caso em sua história de vida adulta os sofrimentos oriundos da inveja venham indicar a necessidade de um apoio psicológico, em princípio, este sentimento aparecerá sempre mascarado por dezenas de sintomas e diagnósticos. No divã, a inveja normalmente é considerada, por parte do paciente, como um coadjuvante, porém ao longo do tratamento essa inveja pode entrar em cena, assumindo um papel principal nos conflitos.
 

Dinâmica da Inveja
A inveja pode se manifestar em qualquer ambiente, situação e época ao longo da vida do indivíduo. Vamos imaginar que ela seja como a água represada em um rio que, certo dia, devido a um evento significante, rompe suas comportas com tanta pressão que essa água transborda, fazendo estragos inimagináveis.

A dinâmica da inveja no ser humano, tal como no rio, pode reter os sentimentos, sublimando-os ou ignorando-os, mas tem um momento em que suas pulsões são tão fortes que a intensidade da sua inveja não suporta e se manifesta, podendo destruir, para sempre, projetos de trabalho, sonhos de vida e relações parentais ou sociais.

Há também aqueles outros tipos de rios que são represados, mas não chegam a romper suas comportas, pois a água vai criando, nesse ambiente, várias aberturas vazantes, causando pequenos esvaziamentos, porém contínuos. O que faz com que o rio mantenha permanente o nível da água suportável, semelhante ao indivíduo que, ao longo da vida, vai dando vazão ao seu sentimento invejoso de maneiras diversas e contínuas e com estragos reversíveis nas relações com os seus pares de vida. Uma manifestação desse sentimento aqui outra acolá vai deixando escorrer aos poucos suas porções de inveja, o que evita que a sua pulsão o faça transbordar, buscando sempre manter um relacionamento sofrível, porém aparente e socialmente tolerável. 

A origem da Inveja na Humanidade
Somos uma sociedade que mantém em nossa cultura muitas características comportamentais herdadas da Antiguidade, estando grande parte desses registros disponível nas escrituras sagradas. Evidências de inveja na Antiguidade podem ser encontradas em diversos livros da Bíblia e em inúmeras situações. Observar os sentimentos que regem os comportamentos invejosos do ser humano contemporâneo, sem olhar essas fortes influências das fases que precedem o Cristianismo, seria uma análise considerada míope.

Muitas históricas bíblicas associam a inveja aos sentimentos que geram rivalidades, competitividades, ciúmes, aflições difíceis de serem administradas sem que ocorram prejuízos tanto para o invejoso quanto para quem é invejado. O relato da morte de Abel, assassinado por Caim, seu irmão mais velho, é um exemplo clássico da Bíblia que retrata uma real manifestação de inveja entre irmãos. Tal passagem bíblica está apresentada no capítulo 4 do livro de Genesis e integralmente transcrita a seguir, com o objetivo de propiciar uma análise comparativa com o pensamento de alguns autores contemporâneos que registraram seus conhecimentos sobre a inveja.

Caim mata Abel

Genesis 4.

  1. Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: “Com auxílio do Senhor tive um filho homem”.
  2. Voltou a dar à luz, desta vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim, agricultor.
  3. Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
  4. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta.
  5. Mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu, e o seu rosto se transformou.
  6. O Senhor disse a Caim: “Por que você está furioso? Por que transformou o seu rosto?
  7. Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”.
  8. Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: “Vamos para o campo”. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou.
  9. Então o Senhor perguntou a Caim: “Onde está seu irmão Abel?” Respondeu ele: “Não sei, sou eu o responsável por meu irmão?”
  10. Disse o Senhor: “O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando”.
  11. Agora amaldiçoado é você pela terra, que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do seu irmão.
  12. Quando você cultivar a terra, esta não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo”.
  13. Disse Caim ao Senhor: “Meu castigo é maior do que posso suportar”.
  14. “Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo e qualquer que me encontrar me matará”.
  15. Mas o Senhor lhe respondeu: “Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança”. E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.
  16. Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden.
No caso de Caim e Abel, a inveja se manifestou num ambiente familiar, na fase adulta e numa situação de disputa unilateral sobre quem agradava melhor a Deus. À luz da psicologia, Caim e Abel podem ter vivido situações complexas no relacionamento familiar, que provavelmente criaram sentimentos de rejeição em Caim, devido a uma possível predileção de Abel em detrimento de Caim.

De acordo com o pensamento da Melaine Klein, que pode ser representado na figura 1 deste artigo, a primeira inveja é o sentimento de impotência que o bebê experimenta ao perceber que a sua fonte de prazer está disponível na mãe e não nele próprio. Voltando à análise de Caim, como filho mais velho, ele pode ter tido inveja de Abel, desde a mais tenra idade, ao ver que o peito de sua mãe, no qual sempre saciava seus desejos de alimento e prazer, não pertencia mais a ele.  Com a chegada do irmão e os cuidados especiais, a atenção maior da mãe passa a ser direcionada para Abel. Esse sentimento de inveja, misturado com ciúmes, surgidos naquela fase da vida, provavelmente foi crescendo dentro da mente de Caim, até a juventude de ambos. Manfred F. R. Kets de Vries diz que os sentimentos observados na infância de uma pessoa influenciam no desenrolar da vida: 

​Originalmente ligada ao estágio oral, portanto pré-edipiano, a inveja se liga a um modelo que determinará em boa medida as relações interpessoais que a criança estabelecerá no futuro. A intensidade da inveja, determinada pelo caráter do ambiente familiar, terá uma influência determinante nas relações das crianças para com seus irmãos e irmãs, e eventualmente para com outras pessoas, no desenrolar da sua vida. (Vries, 1996)

As disputas ocorridas entre Caim e Abel na infância, por si só, provavelmente poderiam justificar o desfecho da relação histórica entre os dois, mas há outro componente adicional que vale a pena registrar. A diferença de valores referentes às ofertas de ambos feitas a Deus era aparentemente o objeto principal da inveja de Caim para com Abel. Enquanto Caim ofertou talvez o que lhe sobrasse em sua colheita na agricultura, Abel ofertou o que lhe era mais valioso, ou seja, as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho, o que representava ser o melhor que tinha a oferecer a Deus. Caim se enfureceu com Abel ao perceber tamanha discrepância de valores entre a sua oferta a Deus e a oferta dada por Abel. Na consciência de Caim, estas ofertas deveriam se equivaler. Hemult Shoeck levanta a questão da universalidade da causa da inveja, ao dizer que: (…) a essência da inveja reside na rejeição da diversidade. O homem experimenta uma grande necessidade de igualização”.  

Nos versículos 6 e 7 do capítulo de Genesis estudado, Deus, buscando imprimir o ensinamento verdadeiro a Caim, aproveita a oportunidade para ratificar a existência do livre-arbítrio, mas também adverte Caim sobre as consequências do não desprendimento de seus bens, visíveis no ato de ofertar. Deus deixa evidente que aceitaria a oferta de Abel, que lhe ofertou com desprendimento, entregando o que lhe era mais caro. Ele chama atenção sobre a oferta de pouco valor de Caim, o que objetivou, da parte de Deus, o não aceite dessa sua oferta.

Caim desejava ter o mesmo desprendimento das coisas materiais que Abel evidenciou ter com o ato de ofertar a Deus. Caim se vê como uma pessoa diminuída perante o seu irmão, perante Deus e, não podendo destruir o ato de desprendimento de Abel e, para aliviar sua intensa e quase insuportável dor causada pela sua inveja, assassina seu irmão. Tal gesto fortalece o parecer da psicanalista Melaine Klein, representado na figura 2 deste artigo, quando diz: “A inveja é o sentimento de cólera que o sujeito experimenta quando percebe que o outro possui um objeto desejável, sendo sua reação de apropriar-se dele ou de destruí-lo.”

Ainda no capítulo 4:7, Deus, que dialoga com Caim, na tentativa de orientá-lo sobre a sua atitude mediante a inveja que estava sentindo, pergunta a Caim: “Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”.

É possível entender que o processamento da inveja pode ocorrer na esfera da consciência e que foi dada a Caim a chance de interromper o processo e evitar o assassinato de Abel, mas Caim se deixou dominar pelo sentimento de inveja.

O processo de autocontrole requerido na manifestação de inveja, percebido no diálogo entre Deus e o Caim, é semelhante ao requerido aos indivíduos pela sociedade dos dias atuais. Durante esse processo, que sugere um autocontrole dos sentimentos, é possível interromper o fluxo da inveja nas relações interpessoais, porém, apesar da grande evolução psicológica, ainda existem questões muito complexas envolvidas nos sentimentos de inveja na contemporaneidade. Acredita-se que ela ainda cause bastante desconforto nas relações interpessoais. Entender o processo de surgimento da inveja no indivíduo, do qual fala Melaine Klein, cuja representação está na figura 1 deste artigo, pode auxiliar no entendimento sobre esse sentimento na vida contemporânea. Nesse sentido, Manfred F. R. Kets de Vries (1996) registra uma contribuição de Kristal que diz o seguinte:

As reações afetivas do recém-nascido seguem duas tendências básicas: a primeira é um sentimento de satisfação e de paz, a segunda uma viva impressão de aflição. Estes dois estados representam os afetos anunciadores de onde emergem disposições, seja para o prazer, seja para a dor. No curso normal da maturação, as duas tendências ainda indistintas dos afetos anunciadores se separam pouco a pouco em duas entidades específicas. As diversas emoções ligadas à cólera, à vergonha, à culpabilidade, à inveja, ao ciúme, à ansiedade, à depressão, se ligam de maneira cada vez mais precisa a uma reação geral de aflição. O processo evolui para um refinamento progressivo das experiências emotivas, de sorte que, no adulto, estes reagrupamentos globais se ramificam em subconjuntos com significados mais matizados. (Vries, 1996)

A inveja é inerente ao ser humano; é impossível ignorar a existência desse sentimento. Cada indivíduo, de acordo com a sua subjetividade, vai lidar com esse sentimento da maneira como for capaz. As pessoas não são exatamente o que querem ser; são o que elas conseguem ser a partir do seu histórico de vida, do seu aparelho psíquico e das neuroses que adquire ao longo da existência.

Caim poderia ter ponderado e revisto sua posição a respeito da oferta a Deus. Naquela situação não era puramente o valor monetário da oferta que tinha a real importância, e sim o valor moral, o valor do quanto vale agradar a Deus e o quanto Caim estava disposto a expressar seu amor por Deus na forma de oferta. A inveja de Caim se deu essencialmente pela diferença na expressão sobre o quanto Deus merecia dele e o quanto Deus merecia de Abel.

Ao final dessa passagem bíblica, é possível observar as consequências que Caim sofreu por dar vazão ao seu fluxo processual de inveja. Deus o salvou da morte, porém lhe induziu a carregar consigo o peso de viver com a culpa por ter tirado a vida de seu irmão. Toda a sociedade daquela época reprovou a atitude de Caim. Certamente, se essa história ocorresse nos dias atuais, mesmo após ter passado tanto tempo, a reprovação da sociedade perante o assassinato do irmão teria consequências parecidas. As leis de assassinato são condenatórias jurídica e socialmente e, neste caso, ainda mais com o agravante de assassinato de um irmão. É oportuno pensar e refletir sobre quantos detentos nos presídios estão pagando por crimes que cometeram impulsionados pela incapacidade de ponderar seus sentimentos de inveja.

A história de Caim e Abel nos mostra que a inveja ocorre por meio de sentimentos que podem causar comportamentos e atitudes graves, com consequências muito desagradáveis e às vezes irreversíveis.

Os Dez Mandamentos e os Sete Pecados Capitais
Nas religiões abraâmicas, os dez mandamentos são considerados um conjunto de princípios éticos; estão apresentados nas escrituras sagradas e abordam, dentre outros, mandamentos que explicitamente alertam sobre inveja. São eles: “Não cobiçarás a casa do teu próximo” e “Não cobiçarás a mulher do teu próximo”. Literalmente no livro de Deuteronômio – 5:21 assim consta: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo. Não desejarás a casa do teu próximo, nem sua propriedade, nem seu servo ou serva, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que não lhe pertença”.

Os sete pecados capitais, cuja inveja é um deles, também precedem o Cristianismo e serviram para classificar os comportamentos humanos, conhecidos como vícios. No século XIII, os sete pecados capitais serviram de base, no Catolicismo, para educar os fiéis no controle de seus instintos e na obediência aos dez mandamentos, com o propósito de trazê-los para junto de Deus. Para os sete pecados capitais, a inveja é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. É considerado pecado porque uma pessoa invejosa ignora seus próprios talentos e conquistas e passa a priorizar os potenciais e status de outras pessoas.

A Inveja no Contexto Contemporâneo
A inveja que tanto impacta os relacionamentos atuais tem origem nos arquétipos que contribuem fortemente para a constituição humana, na formação contínua do indivíduo. Ela surge como um desafio que precisa ser enfrentado para servir de base para um crescimento mental, físico e espiritual, pois, somente vencendo os obstáculos, educando e reeducando as atitudes, se consegue dominá-la.

A inveja é um sentimento que causa emoções (conjunto de sensações físicas) que precisam ser interpretadas com muita calma e clareza, a fim de se encontrarem os meios corretos para dominá-la. Dominar a inveja é dominar o próprio modo constituído do seu ser. Pode parecer fácil lutar contra os efeitos causados pela inveja, mas não é. Ela tem suas próprias armas, parece não fazer parte de nós, mas na verdade é parte de nós, pois compõe o nosso aparelho psíquico e entra em ação em conformidade com o aparecimento dos eventos que nos acontecem na vida.

Numa tentativa de interpretar o que Deus disse a Caim, em Genesis – 4:7, podemos imaginar que a ira, causada pela inveja, tem poder sobre nós, mas temos que aprender a dominá-la, ressignificando os pensamentos que nos levam a certos sentimentos considerados inveja. Também poderia ser possível pensar que a inveja tem uma função estratégica na natureza humana. Assim, essa funcionaria como uma força para impulsionar o indivíduo a seguir sempre em busca da autoevolução, buscando sempre um estado de prazer e reduzindo as experiências de aflição.

A inveja tem também o seu aspecto positivo, na medida em que ela pode assumir uma função de impulsionar o indivíduo a se igualar a outro indivíduo que esteja em melhor situação, seja no aspecto da saúde, da profissão, da prosperidade financeira etc. Se essa dinâmica faz sentido, a inveja pode ser comparada a uma faca de dois gumes; serve para matar alguém, mas também serve para cortar alimentos de que o nosso organismo necessita.

A Inveja no Contexto da Gestão do Conhecimento
As organizações caminham fortemente em direção a uma transformação digital, fato que impacta mudanças profundas em diversos aspectos da sociedade empresarial. Seria interessante e recomendável que esta evolução também fizesse presente, com a mesma velocidade, na busca do autoconhecimento do ser humano, a fim de proporcionar ao indivíduo mais domínio sobre si e, por consequência, um maior autocontrole sobre seus pensamentos, sentimentos e emoções. A esperança é de que a Neurociência, que estuda a neuroplasticidade, assim como todas as ciências envolvidas nos aperfeiçoamentos comportamentais, possa subsidiar o surgimento de um jeito de viver de maneira mais amável e tolerante entre as pessoas nas organizações. Cada pessoa é única, olhar para dentro de si e praticar intensamente o autoconhecimento é a missão principal para trabalhar na Era da Gestão do Conhecimento Organizacional.

Um ambiente totalmente sem inveja é utópico, mas é possível criar um local de trabalho no qual a inveja possa ser entendida, trabalhada, gerida e transformada em desafios individuais e, com certeza, tais desafios podem até se transformar em desafios organizacionais. A inveja pode ser um sentimento estrategicamente bom, quando transformado em práticas e desafios para um desenvolvimento humano que busca um aperfeiçoamento saudável. Alguém pode até questionar com a seguinte pergunta: “Mas viveremos lutando eternamente contra a inveja e outros sentimentos negativos?” Claro que sim, quem disse que a evolução humana encontra respostas somente na meditação e na calmaria? Existe um ditado que diz: “É nas quedas que os rios criam mais forças”. Então, a dinâmica da nossa vida é semelhante a esse pensamento, estamos sempre nesse movimento. A inveja é a parte de nós que nos sacode, mexe com o nosso ego, com as nossas potencialidades para nos tornar mais donos de nós mesmos e mais preparados para realizarmos as transformações humanas que não cessam de nos confrontar. Esse pode ser o lado bom da inveja.

Confira o artigo Complementar:
A INVEJA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Parte II – Âmbito Organizacional
Sobre a autora:
Elisabeth Vargas, como profissional de informação, atuou em empresas do sistema PETROBRAS por 15 anos e como especialista em gestão do conhecimento, desenvolveu projetos para implantação de mecanismos de gestão e de aprendizagens organizacionais. Atuou como diretora de administração da SBGC e gerente de conhecimento da Serasa Experian. Atualmente, é escritora, consultora na área de gestão do conhecimento organizacional e, como psicóloga, realiza atendimento clínico usando uma abordagem psicanalítica.

Referências
BÍBLIA Sagrada: nova versão internacional. São Paulo: Editora Vida, 2000.
CHANLAT, Jean-François. O indivíduo na Organização; dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1996.
GOLDIN, Alberto. Freud explica: como compreender e superar alguns medos de dificuldades do homem moderno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1989.
TOMEI, Patrícia Amélia. Inveja nas organizações. São Paulo: Macron Books, 1994.
VRIES, M. F. R. K. A inveja, grande esquecida dos fatores de motivação em gestão, in: CHANLAT, Jean-François. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo, Atlas, 1996.