A transformação digital já é realidade para muitos segmentos e setores econômicos. Em alguns casos é base inclusive para novas formas de pensar os negócios, propósitos das organizações, bem como novos empreendimentos. A geração anterior de aplicativos corporativos ajudou a digitalizar dados e otimizar informações. O avanço em tecnologias (computação nas nuvens, sistemas de comunicação) e inovações em modelos de negócios democratizaram as tecnologias digitais, não apenas para as empresas, mas para sociedade mundial.
No contexto de negócios, cadeias de valor inteiras migraram para o mundo digital permitindo o fluxo de dados e troca de informações em toda a cadeia. Inclusive, essa comoditização da tecnologia aproximou as tecnologias digitais dos consumidores, proporcionando informações em tempo real sobre padrões de consumo, sendo uma fonte importante de feedback do cliente e um importante canal de distribuição.
O resultado dessa intersecção de tecnologias digitais entre organizações, mercados, produtos e cidadãos (no caso de governos) trouxe uma quantidade enorme de dados estruturados e não estruturados para o campo da gestão do conhecimento, potencializando as iniciativas de transformação de modelos de negócio, geração de novas fontes de receita, otimização de recursos e maximização de valor para partes interessadas.
As tecnologias exponenciais (inteligência artificial, machine learning, sensores, robótica avançada, etc.) fornecem ferramentas mais avançadas para a transformação. Para as organizações terem sucesso e aproveitarem o real potencial da transformação digital é necessário uma abordagem ponderada e madura para criação de novos processos de negócios, absorção de tecnologia e forte cultura de tomada de decisão orientada a dados.
Soma-se a isso uma estratégia integrada e uma abordagem holística em relação a gestão do conhecimento, possibilitando a criação de sistemas e processos internos para otimizar a troca de informações, a análise de dados e a tomada de decisão. Além da evolução das práticas e plataformas tradicionais de GC focadas na captura e codificação de conhecimento explícito para a construção de artefatos digitais tornando o conhecimento coletivo verdadeiramente acessível e de fato coletivo.
Ainda assim, um desafio é a disponibilidade do conhecimento contextual com sugestões prescritivas e preditivas conectando pontos específicos de um problema, sugerindo novas e adequadas soluções, pois, talvez ainda precisamos de mecanismos cognitivos eficientes que contemplem o sistema de gestão do conhecimento e o potencial da transformação digital.
Neste contexto, a economia do conhecimento produziu as chamadas Digital Native Entreprises (DNEs) que já nascem com a essência da criação do conhecimento, da colaboração e da inovação orientada a uma cultura de dados. Em contrapartida, governo e organizações tradicionais buscam na transformação digital se inserirem neste novo cenário e ambiente competitivo e isso implica em novos desafios para a gestão do conhecimento como um suporte dessa transformação.
Assim, como a Gestão do Conhecimento pode trazer melhores resultados para as Digital Native Entreprises (DNEs), bem como para as organizações que estão em transformação? Podemos a aprender com as DNEs a incorporar a GC no dia a dia das organizações? Existe uma nova GC surgindo na Era Digital? Quais os impactos da transformação digital na GC?