Fonte: Mertins; Heisig e Vorbeck (2003)
por Juliana Pinheiro
Este modelo de referência de GC foi desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto Fraunhofer em 2003, cuja aplicação envolveu um estudo de campo com 160 empresas, das quais mais de dois terços enquadram-se como empresas de alta intensidade tecnológica, de um universo total de 1200 empresas europeias (MERTINS; HEISIG; VORBECK, 2003).
Uma das contribuições deste modelo refere-se aos três níveis propostos de ação (camadas), que foram especificados a partir da ampla pesquisa realizada entre 2002 e 2003 pelo pesquisador Peter Heisig (HEISIG, 2009). As três camadas são: foco no negócio, foco no conhecimento e foco nos fatores críticos.
- Foco no negócio: aplicação e geração de conhecimento de domínio específico e suas tarefas são o objeto central nesta dimensão. A GC tem que demonstrar seus benefícios para os processos-chave de uma organização, não só sob a perspectiva da gestão, mas também sob a perspectiva dos trabalhadores do conhecimento.
- Foco no conhecimento: o tratamento sistemático do conhecimento pode ser descrito a partir de pelo menos quatro atividades principais: criar, armazenar, compartilhar e aplicar. Essas atividades de GC devem ser mescladas com as atividades existentes e integradas ao processo de negócios e ao produto gerado. Este produto pode ser reutilizado pelo mesmo ou por outro processo dentro ou fora da organização. O conhecimento em si poderia aparecer em diferentes formas. A organização deve determinar quais formas contribuem mais para seus objetivos estratégicos e de negócios.
- Foco nos fatores críticos: uma GC bem sucedida e sustentável necessita do apoio dos seguintes fatores: cultura; organização; estratégia e liderança; habilidades e motivação; controles e medição; TI. Experiências práticas mostraram que uma avaliação adequada de GC relacionada a esses fatores deve ser realizada no início de qualquer iniciativa de GC. A implementação de sucesso geralmente requer medidas adequadas relacionadas a estes fatores.
Em outras palavras, a primeira camada estabelece que a GC seja focada permanentemente em valor adicionado aos processos de negócio, isto porque esses definem o campo ou domínios do conhecimento. A segunda camada refere-se aos processos essenciais de GC divididos em quatro atividades: criação de novos conhecimentos; armazenamento dos conhecimentos; distribuição (transferência) e aplicação do conhecimento. Por fim, a terceira camada, chamada também de “Áreas Definidas para a Gestão do Conhecimento” ou campos definidos para a GC, engloba: cultura organizacional; liderança; recursos humanos; TI; organização e normas; sistemas de controle.
Os cinco itens são derivados dos fatores críticos de sucesso, identificados na pesquisa conduzida por Heisig (2009). O sexto item – sistemas de controle – é considerado um pré-requisito para mensurar os resultados obtidos com as atividades de GC.
Gostou de conhecer um pouco sobre este modelo? Já conhecia? Deixe seu comentário e não perca o próximo MODELO DO GUIA EUROPEU DE BOAS PRÁTICAS EM GC.
Sobre a autora:
Juliana Pinheiro possui dupla formação em arquitetura e engenharia civil pelo Programa FAU-POLI da USP. É Mestra em Ciências pela Escola Politécnica da USP, com a dissertação Gestão do Conhecimento em Empresa Construtora. É sócia fundadora da ARQUITEIA, startup de reforma de interiores com foco em acelerar a venda ou locação de imóveis.