Ao final do terceiro trimestre, muitos já deixaram de lado as resoluções de Ano Novo. Entre elas, uma das mais comuns costuma ser “cuidar melhor da saúde”. Podemos aqui fazer uma comparação valiosa: assim como o corpo humano, as organizações também precisam de atenção contínua para manter seu desempenho. E, nesse sentido, o diagnóstico em gestão do conhecimento (GC) funciona como um verdadeiro check-up, fundamental para avaliar como o conhecimento é tratado e utilizado no dia a dia das organizações.
Assim como uma consulta médica aponta pontos fortes e fragilidades da saúde de uma pessoa, o diagnóstico em GC permite identificar lacunas, riscos e oportunidades na forma como a organização cria, compartilha e aplica seu conhecimento. É a partir dessa análise que se definem prioridades, conectando os desafios institucionais às soluções de conhecimento mais adequadas — como reduzir a concentração de informações em poucos colaboradores ou ampliar a interação entre equipes. O processo utiliza ferramentas como o mapeamento da cadeia de valor, que ajuda a compreender como a organização gera resultados e quais são os pontos críticos a serem fortalecidos.
Por outro lado, alguns cuidados são essenciais para que o diagnóstico seja realmente eficaz. Tratar a GC como uma iniciativa isolada, sem conexão com a estratégia e a governança, pode levar a conclusões equivocadas. O mesmo vale para ignorar a cultura organizacional, a gestão da mudança ou o porte da instituição. Um bom diagnóstico exige, portanto, alinhamento estratégico, clareza de objetivos e a escolha de práticas que garantam equilíbrio e coerência ao longo do tempo.
Quando integrado à estratégia e orientado a resultados, o diagnóstico em GC se traduz em justificativa para a busca de benefícios concretos: decisões mais ágeis e assertivas, mais inovação, aumento de produtividade e melhor uso dos ativos de conhecimento da organização. Assim como a saúde depende de exames e diagnósticos regulares, a evolução da gestão do conhecimento requer um olhar sistemático sobre suas práticas. O diagnóstico é o primeiro passo para a melhoria contínua — um marco de maturidade que abre caminho para organizações mais inteligentes, resilientes e preparadas para o futuro.
Sobre a autora: Priscila Nolasco é assistente social e mestre em Política Social pela Universidade de Brasília. Atualmente, atua no Tribunal de Contas do Distrito Federal, na Assessoria Especializada em Gestão do Conhecimento, vinculada à Escola de Contas Públicas.